sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Música para o feriado - Sob minha pele

Estava passeando pelo youtube quando dei de cara com essa música:

dá o play e continua lendo...

Nem me passava pela lembrança, mas quando comecei a escutar os acordes, exatos, como deviam ser, várias imagens vieram à tona.

Eu devia ter uns 5 anos e lembro d'A Estante de madeira. Um gigante de linhas simples e madeira nobre. Abrigava em suas entranhas tesouros fascinantes que eu dificilmente tinha acesso (livros e cartas de amor dos meus pais, álbuns de retrato antigos, um microscópio de um jogo de química de quando meu pai era criança, lâminas para este tal microscópio, um jogo de xadrez com pinos de encaixe pra se jogar em um carro, ou um trem pela idade da peça, e também a Radiola. Não apenas LP's mas rádio também. Última geração).

Também lembro que me parecia que essa música sempre tocava no rádio nas noites em que saíamos pra caminhar na praça. Mamãe ou papai nos arrumavam (eu e minha irmã gêmea), e nós ficávamos na sala esperando nossos pais ansiosas, ouvindo essa música e algumas outras que agora não, mas se ouvi-las com certeza lembrarei quais.

E finalmente a mamãe e o papai, dançando pela sala, dois pra lá, dois pra cá, no final da música,  abraçados, o olhar dos dois que me deixava feliz e com vontade de dançar também.

Eu tão pequena, nem sabia do significado da letra e me divertia com a melodia e o som da voz do tio Frank. Hoje, por causa justamente dessas noites em que não "entendia" a música, fui capaz de entendê-la muito profundamente, de um jeito que acho que ele nem pensava que pudesse ser.