quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Véspera

Diante da percepção que as coisas podem se estender mais que o esperado e de forma dolorosa, como meus dias de trabalho, entre muitas outras coisas que atualmente me aperreiam o juízo, o sentimento emo de desânimo impera.

Então deixo aqui a letra-poema de uma música emo 'recente' que está embalando minhas maravilhosas horas de pré(?)-recesso-ultra-mágico-que-não-vai-ser-nada-tedioso-mesmo-eu-ficando-em-casa-chocando-os-ovários-e-limpando-a-casa-sem-grana.

"Sem o pálido corpo que me prende ao vento
Eu ando louco no limite do tempo
Eu sei que o mundo não comporta mais deuses
E sei que o amor não me suporta mais vezes
Mas eu assumo o que suas preces pedem
E eu consumo o que seus lábios cedem

Que sirva de exemplo o primeiro fracasso
e sirva de exemplo o meu olho inchado
e sirva pra te elevar o ânimo enfim

Eu prefiro correr sob céu aberto

Em campo aberto sob a chuva de sapos
Prefiro morrer sob o sol do cerrado
A ter que dizer o que eu tinha pensado
Sobre os murros que seus olhos pedem
e sobre as rugas que você me tece

Que sirva de exemplo o primeiro fracasso

e sirva de exemplo o meu corpo malhado
e sirva pra te elevar o ânimo enfim" 

Glória - Violins

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Post inspirado nesse post: http://henriqueat.blogspot.com/2010_11_01_archive.html

Meu professor de cálculo disse que a genialidade está no número de associações que podemos fazer.
Encontrar pontos de encontro entre coisas singulares.

Será essa a grande brincadeira da vida?


O pobre pentágono não teve tanta sorte

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Pergunta Filosófica

Para reflexão durante a semana:



É você que tem os sentimentos, ou são os sentimentos que te tem?

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Millenials. É isso que somos?

Este é um vídeo feito pela agência Box 1824, que nos dá uma rápida aula sobre os baby boomers pós II Guerra Mundial, e fala sobre os jovens de agora, nascidos após 1980, os chamados Millenials.


We All Want to Be Young (leg) from box1824 on Vimeo.

Roteiro e direção: Lena Maciel, Lucas Liedke e Rony Rodrigues.
  
Fiquei pensando um tempinho enquanto preenchia minhas intermináveis planilhas. Sim, me identifiquei bastante com a tendência apresentada, mas o mais intrigante é constatar que muitos jovens vivem a realidade descrita como a da juventude de 50 anos atrás. Não é uma cantilela contra a desigualdade social. 

Essa gente, ideologicamente, vive uma realidade 'Anos Dourados'. Não é falta de dinheiro, não é falta de viagens ou oportunidade de ter enriquecimento cultural. E o mais alarmante, são MUITAS pessoas.

Fico imaginando se esse vídeo não é apenas uma representação de uma fatia mínima da juventude e que seremos mesmo engolidos pela massa calvinista que nos cerca e acordaremos um dia olhando um catálogo de sofás, pensando em qual 'nos define melhor'.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Neruda e os sentimentos de madeira II


Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.


E quem disse que a vida é justa, e que as contradições não existem?
Quem sabe um dia consigo deixar de pensar e arranjo coragem para viver.

Neruda e os sentimentos de madeira

Meus sentimentos são madeira e mar. Assim como a poesia de Neruda é esculpida, meus sentimentos também o são. Por um ou vários pares de mãos. Contínua e incessantemente.

Por isso vejo meu rosto em suas obras (diferente, mas ainda meu), por isso leio seus(meus) versos avidamente nessa noite interminável.

Então, pelas palavras dele, meus lábios expressam aquilo que não são capazes de pronunciar:


Posso escrever os versos mais tristes esta noite. 
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada, 
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe". 
O vento da noite gira no céu e canta.


Posso escrever os versos mais tristes esta noite. 
Eu amei-a e por vezes ela também me amou. 
Em noites como esta tive-a em meus braços. 
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.


Ela amou-me, por vezes eu também a amava. 
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos. 
Posso escrever os versos mais tristes esta noite. 
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.


Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela. 
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho. 
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la. 
A noite está estrelada e ela não está comigo.


Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe. 
A minha alma não se contenta com havê-la perdido. 
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a. 
O meu coração procura-a, ela não está comigo.


A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores. 
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos. 
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei. 
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.


De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos. 
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos. 
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda. 
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.


Porque em noites como esta tive-a em meus braços, 
a minha alma não se contenta por havê-la perdido. 
Embora seja a última dor que ela me causa, 
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.


Isto é um adeus? Certamente.
Escrevo isso com o gosto agridoce da culpa em minha boca.

Madrugada Insone

Minha insônia é muito maleducada.
Não respeita minimamente nem o fato que amanhã terei que atravessar metade da cidade pra trabalhar.
Minha mente segue funcionando, e o corpo fatigado terá sua vingança em algumas horas.

Pena que não posso deixar ele descansar. Isso terá que ficar pra mais tarde, à noite, ou não.

domingo, 7 de novembro de 2010

Sentido

Interessante essa palavra.

Indica sempre um rumo, um lugar pra onde ir, um sentimento. Mesmo quando é um adjetivo.
Nós dizemos que uma palavra tem 'sentido'. Ou seja, ela tem uma organização. Um rumo. Não está perdida no caos.

É meio clichê pra essa geração. Mas sim, estou perdida. É um saco isso. Porque essa 'perdição' é algo que nem existe na verdade, já que todas as respostas estão na minha frente, pacientemente esperando o dia em que eu queira levá-las à sério.

Então, raciocinando um pouco, a palavra mais correta pra necessidade premente do momento é "sentido". Eu, você, meu cachorro, a gata das minhas primas de recife, minhas primas de recife, meus amigos 'virtuais' e 'presenciais'. Todo mundo precisa disso.

Um rumo. Um significado. Um sentimento. Um sentido.

Domingo

Dia de não pensar em nada.

Impossível.

Incrível como quem não pára de pensar nunca pensa no que preste.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Música para o feriado - Sob minha pele

Estava passeando pelo youtube quando dei de cara com essa música:

dá o play e continua lendo...

Nem me passava pela lembrança, mas quando comecei a escutar os acordes, exatos, como deviam ser, várias imagens vieram à tona.

Eu devia ter uns 5 anos e lembro d'A Estante de madeira. Um gigante de linhas simples e madeira nobre. Abrigava em suas entranhas tesouros fascinantes que eu dificilmente tinha acesso (livros e cartas de amor dos meus pais, álbuns de retrato antigos, um microscópio de um jogo de química de quando meu pai era criança, lâminas para este tal microscópio, um jogo de xadrez com pinos de encaixe pra se jogar em um carro, ou um trem pela idade da peça, e também a Radiola. Não apenas LP's mas rádio também. Última geração).

Também lembro que me parecia que essa música sempre tocava no rádio nas noites em que saíamos pra caminhar na praça. Mamãe ou papai nos arrumavam (eu e minha irmã gêmea), e nós ficávamos na sala esperando nossos pais ansiosas, ouvindo essa música e algumas outras que agora não, mas se ouvi-las com certeza lembrarei quais.

E finalmente a mamãe e o papai, dançando pela sala, dois pra lá, dois pra cá, no final da música,  abraçados, o olhar dos dois que me deixava feliz e com vontade de dançar também.

Eu tão pequena, nem sabia do significado da letra e me divertia com a melodia e o som da voz do tio Frank. Hoje, por causa justamente dessas noites em que não "entendia" a música, fui capaz de entendê-la muito profundamente, de um jeito que acho que ele nem pensava que pudesse ser.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Constatação

Não me deixa.
Até os confins da terra,
no meu quarto,
escondo-me,
mas está lá.

Não há fuga
pois não há prisão.

Não há abandono,
fadada que estou
sempre carregá-la.

Mesmo que negue,
a imagem que
me contemplará

insondável
incansável

até o fim,
será somente a minha.

domingo, 1 de agosto de 2010

Para uma Coelhinha de Tristes Olhos e Coração Apressado

Ainda que
teus olhos
(tristes princesas carpidoras) sejam
medo e lamento e dor de
tristes idas histórias

para si,
para o mundo,

teu Coração,
pequeno infante,
galopa soberano
(dos olhos tão distante
e tão próximo!)

sussurrando segredos
de risos e liberdade e luz
que não é capaz de calar.

Feliz, Consolada, Ébria,
a atrevida poetisa
tenta acompanhar
a música
de teus sagrados compassos imperiais.

Mísera!
Paga com a imperfeição
a ousadia de
na manca linguagem plebéia
cantar seus secretos versos inexprimíveis.

Destemida (louca?)
bem feliz estaria se soubesse
que foi capaz de,
qual bardo vindo de terras distantes,
deleitar as tristes princesas inconsoláveis(?)
com as loas do nobre cavaleiro
há muito não visitado.