sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Millenials. É isso que somos?

Este é um vídeo feito pela agência Box 1824, que nos dá uma rápida aula sobre os baby boomers pós II Guerra Mundial, e fala sobre os jovens de agora, nascidos após 1980, os chamados Millenials.


We All Want to Be Young (leg) from box1824 on Vimeo.

Roteiro e direção: Lena Maciel, Lucas Liedke e Rony Rodrigues.
  
Fiquei pensando um tempinho enquanto preenchia minhas intermináveis planilhas. Sim, me identifiquei bastante com a tendência apresentada, mas o mais intrigante é constatar que muitos jovens vivem a realidade descrita como a da juventude de 50 anos atrás. Não é uma cantilela contra a desigualdade social. 

Essa gente, ideologicamente, vive uma realidade 'Anos Dourados'. Não é falta de dinheiro, não é falta de viagens ou oportunidade de ter enriquecimento cultural. E o mais alarmante, são MUITAS pessoas.

Fico imaginando se esse vídeo não é apenas uma representação de uma fatia mínima da juventude e que seremos mesmo engolidos pela massa calvinista que nos cerca e acordaremos um dia olhando um catálogo de sofás, pensando em qual 'nos define melhor'.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Neruda e os sentimentos de madeira II


Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.


E quem disse que a vida é justa, e que as contradições não existem?
Quem sabe um dia consigo deixar de pensar e arranjo coragem para viver.

Neruda e os sentimentos de madeira

Meus sentimentos são madeira e mar. Assim como a poesia de Neruda é esculpida, meus sentimentos também o são. Por um ou vários pares de mãos. Contínua e incessantemente.

Por isso vejo meu rosto em suas obras (diferente, mas ainda meu), por isso leio seus(meus) versos avidamente nessa noite interminável.

Então, pelas palavras dele, meus lábios expressam aquilo que não são capazes de pronunciar:


Posso escrever os versos mais tristes esta noite. 
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada, 
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe". 
O vento da noite gira no céu e canta.


Posso escrever os versos mais tristes esta noite. 
Eu amei-a e por vezes ela também me amou. 
Em noites como esta tive-a em meus braços. 
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.


Ela amou-me, por vezes eu também a amava. 
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos. 
Posso escrever os versos mais tristes esta noite. 
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.


Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela. 
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho. 
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la. 
A noite está estrelada e ela não está comigo.


Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe. 
A minha alma não se contenta com havê-la perdido. 
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a. 
O meu coração procura-a, ela não está comigo.


A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores. 
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos. 
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei. 
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.


De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos. 
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos. 
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda. 
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.


Porque em noites como esta tive-a em meus braços, 
a minha alma não se contenta por havê-la perdido. 
Embora seja a última dor que ela me causa, 
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.


Isto é um adeus? Certamente.
Escrevo isso com o gosto agridoce da culpa em minha boca.

Madrugada Insone

Minha insônia é muito maleducada.
Não respeita minimamente nem o fato que amanhã terei que atravessar metade da cidade pra trabalhar.
Minha mente segue funcionando, e o corpo fatigado terá sua vingança em algumas horas.

Pena que não posso deixar ele descansar. Isso terá que ficar pra mais tarde, à noite, ou não.

domingo, 7 de novembro de 2010

Sentido

Interessante essa palavra.

Indica sempre um rumo, um lugar pra onde ir, um sentimento. Mesmo quando é um adjetivo.
Nós dizemos que uma palavra tem 'sentido'. Ou seja, ela tem uma organização. Um rumo. Não está perdida no caos.

É meio clichê pra essa geração. Mas sim, estou perdida. É um saco isso. Porque essa 'perdição' é algo que nem existe na verdade, já que todas as respostas estão na minha frente, pacientemente esperando o dia em que eu queira levá-las à sério.

Então, raciocinando um pouco, a palavra mais correta pra necessidade premente do momento é "sentido". Eu, você, meu cachorro, a gata das minhas primas de recife, minhas primas de recife, meus amigos 'virtuais' e 'presenciais'. Todo mundo precisa disso.

Um rumo. Um significado. Um sentimento. Um sentido.

Domingo

Dia de não pensar em nada.

Impossível.

Incrível como quem não pára de pensar nunca pensa no que preste.