segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Constatação

Não me deixa.
Até os confins da terra,
no meu quarto,
escondo-me,
mas está lá.

Não há fuga
pois não há prisão.

Não há abandono,
fadada que estou
sempre carregá-la.

Mesmo que negue,
a imagem que
me contemplará

insondável
incansável

até o fim,
será somente a minha.

Um comentário:

Henrique Tonin disse...

Sarah, querida, há anos que você frustra meu pessimismo e me faz ver que, apesar de tudo, há algo de sublime nesse mundo.

Mesmo depois de tanto tempo afastado - sem poder ler, sem poder conversar - os seus poemas continuam me deixando assim, sem saber como consegue tocar uma nota tão profunda, e ao mesmo tempo tão sutil, tão delicada.

Fico feliz de ver que continua escrevendo =)